Obra iniciou há 30 anos e até agora foram só promessas e nada de entrega; obra foi paralisada ano passado por decisão da Justiça que até o momento não deu novo posicionamento.

Vereadores cobram soluções para Centro de Belas Artes, mas obra está emperrada na Justiça

Oito vereadores de Campo Grande visitaram o que sobrou do Centro de Belas Artes, localizado na Avenida Ernesto Geisel com a Rua Plutão, no bairro Cabreúva. Eles querem acelerar a entrega da obra que parou com 85% de conclusão e agora é tomada por usuários de drogas.

A obra começou em 1991 com o objetivo de ser um terminal rodoviário. Em 2007, o local foi escolhido para abrigar um centro cultural. Porém, nos últimos 30 anos, o local sofreu mudanças no projeto original, teve dezenas de aberturas de licitações e agora depende de decisão da Justiça para retomar obras e finalmente ser entregue.

O convite para a visita dos parlamentares ao local partiu do presidente da Comissão de Cultura da Câmara, vereador Ronilço Guerreiro (Podemos), que agora deve marcar reunião com o presidente da Comissão de Obras, vereador Ayrton Araújo (PT). A intenção é fazer levantamento dos gastos e o que falta para finalmente terminar.

 

(Vereadores se deparam com destruição e abandono no Centro de Belas Artes. Foto: Assessoria Ronilço Guerreiro)

Para Camila Jara (PT), foram 30 anos de dinheiro público jogados fora. “Percorremos tudo e identificamos muito descaso, tanto com a verba pública, quanto com a classe artística e a população de Campo Grande em geral, que deixa de ter um espaço de convivência, de lazer e de cultura.”


Conforme a assessoria de Ronilço, este é o primeiro passo para que os parlamentares passem a fazer cobranças ao Executivo. 

Promessas sobre a obra e Justiça
Em novembro de 2020, o prefeito Marquinhos Trad (PSD) comentou que a obra não foi iniciada por conta da pandemia, mas que a "etapa B estava autorizada" e logo seria iniciada. Em 2019, o Executivo abriu licitação para conclusão da primeira etapa da obra que havia sido reiniciada em 2010. Até aquele momento, haviam sido investidos R$ 6,8 milhões em recursos federais e contrapartida (clique aqui para ver mais).

Para que a obra reinicie é necessário decisão da Justiça, pois a primeira empreiteira Marc Construções ingressou com ação contra a prefeitura em 2019, pleiteando receber mais dinheiro. Eles alegam que ainda faltam cerca de R$ 3 milhões em pagamentos mesmo deixando para trás o canteiro de obras e não ter executado todo o contrato.

A prefeitura havia realizado novo processo de licitação e contratado a empresa Vale Engenharia e Construções para terminar a obra, mas em maio de 2020, a Justiça determinou a paralisação para que fosse realizada perícia no local. 

Agora, o andamento da obra depende do Judiciário.