Durante a feira tecnológica Dinâmica Agropecuária – Dinapec em Campo grande (MS), de 9 a 11 de março de 2016, a Embrapa Rondônia apresentará duas tecnologias desenvolvidas que podem contribuir significativamente para aumentar a eficiência dos rebanhos bovinos e, consequentemente, aumentar a renda do produtor rural.
VETSCORE - tecnologia simples para avaliação da condição nutricional do rebanho
A Embrapa Rondônia desenvolveu uma tecnologia simples e prática para avaliar a condição nutricional do rebanho. Chamado VETSCORE®, a previsão é de que esteja disponível no mercado em fevereiro de 2016. A comercialização será realizada pela empresa Prático de Garça, habilitada pela Embrapa para comercializar o produto.
Com o VETSCORE® o próprio produtor pode monitorar a condição nutricional dos animais de forma rápida e precisa e corrigir o manejo alimentar para atingir maior eficiência do rebanho. O dispositivo foi validado para as raças Nelore, Girolando e Angus. Para vacas Girolando em lactação, a recomendação é de que seja utilizado a cada 15 dias, já para as raças de corte, a recomendação é que seja utilizado no preparo das vacas para estação reprodutiva.
O VETSCORE® é formado por duas réguas e articuladas de maneira a formarem uma angulação em que o próprio produtor pode monitorar o rebanho de forma rápida e precisa. Para fazer a avaliação com o VETSCORE®, o animal deve ser recolhido em local onde possa ser contido e manuseado sem apresentar riscos a ele e ao avaliador. Feito isso, a régua deve ser posicionada sobre a garupa do animal, entre a última vértebra lombar e a primeira vértebra sacral, e ser lentamente fechado até que suas réguas estejam em maior contato possível com a pele do animal.
A leitura da condição corporal em que o animal se encontra é indicada por cores no visor: vermelha (baixa), verde (adequada) e amarelo-alaranjada (alta). A utilização da escala por cores facilita a avaliação imediata do animal e torna-se mais rápida e prática ao produtor, principalmente, ao avaliar muitos animais. Com essas informações em mãos e associadas às práticas agropecuárias adequadas, o produtor aumentar a eficiência reprodutiva do rebanho e, consequentemente, maior retorno econômico.
De acordo com o pesquisador da Embrapa Rondônia e inventor do VETSCORE®, Luiz Pfeifer, a simplicidade e a eficiência da tecnologia fazem dela uma grande aliada do pecuarista. "Nossa recompensa como pesquisador é ver que a tecnologia que desenvolvemos é útil e será adotada no campo e, principalmente, por pequenos produtores, que terão acesso a informações importantes sobre o rebanho para poderem agir em tempo, evitando prejuízos e proporcionando condições para ganhos maiores", conta Pfeifer.
IATF em blocos: alternativa para aumentar a taxa de prenhez de vacas de corte
Outra tecnologia desenvolvida pela Unidade é uma técnica chamada de Inseminação Artificial por Tempo Fixo (IATF) em Blocos e as vacas inseminadas por meio desse método têm obtido entre 10% a 20% a mais de prenhez do que vacas inseminadas pela metodologia de IATF convencional. É uma técnica que aproveita o máximo potencial reprodutivo de fêmeas bovinas submetidas a um protocolo de IATF.
Para realizá-la, inicialmente, as fêmeas são submetidas à IATF. Em seguida, cada fêmea é avaliada por ultrassonografia para se estimar o momento da ovulação. Desta forma, realiza-se a Inseminação Artificial (IA), de acordo com o diâmetro do folículo dominante e não da forma tradicional (sem levar em consideração a estimativa do momento da ovulação).
Com o IATF em Blocos os índices de prenhez chegam a 70%, o que significa ganhos de até 20% de sucesso na inseminação das vacas em relação aos protocolos tradicionais. A metodologia foi desenvolvida para vacas zebuínas de corte, com cria ao pé e será avaliada para outras raças.
Por requerer a atuação de profissional treinado, bem como investimento em equipamentos e outros insumos, tem maior alcance para médios e grandes produtores. Porém, em regiões com programas governamentais de inseminação, como ocorre em Rondônia, a técnica pode ser empregada em rebanhos de produtores familiares. Considerando, apenas Rondônia, o potencial de adoção seria de, aproximadamente, 3 milhões de fêmeas da raça Nelore, em idade reprodutiva.
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