Situação aconteceu na cidade de Mundo Novo
Em um vídeo postado em redes sociais, uma mulher desabafa que o filho não foi atendido por ser morador de uma ocupação. A situação aconteceu em Mundo Novo, cidade distante 462 km da Capital, e a ocupação fica na área conhecida como Linha Internacional, região de divisa entre Brasil e Paraguai.
Maria Rosa Gaona, 38 anos, contou que levou o filho de 9 anos ao posto de saúde Pedro Ramalho, na manhã de segunda-feira (21). A criança estava com a garganta infeccionada e com febre. No local, Gaona contou que a enfermeira não a atendeu, alegando que era uma ordem não atender as pessoas que eram de ocupações. “Ela [enfermeira] falou que era uma ordem que vem pra ela de que os sem terra não tinham direito de ser atendidos ali porque não tinham endereço e nem nada”, contou.
Devido a reação da mãe, a profissional teria dado um remédio escondido para que ela levasse para o filho. “Ela me disse ‘olha, já que você insiste muito, vou te dar esse vidrinho de paracetamol para passar a febre do seu filho’. Mas fiquei tão nervosa, que eu fiz o vídeo”, explicou Gaona.
O vídeo que foi postado nas redes sociais foi feito com ajuda de um vizinho. “Eu fiquei muito sentida. A gente já é sem terra e estamos sofrendo com isso não é porque a gente quer, é porque a gente quer um pedaço de terra”, disse Rosa. Ela contou que conseguiu atendimento posterior para o filho em outro posto da cidade.
Ao Jornal Midiamax, o secretário municipal de Saúde, Evaldo Carlos de Souza, explicou que não existe ordem que impeça o atendimento das pessoas que estão na ocupação. “Não procede. A criança foi atendida”, informou.
Outra questão que foi contestada pelo secretário municipal foi a situação de que um remédio teria sido dado escondido para a mãe da criança. “Isso não existe. Os medicamentos são todos cadastrados”, explicou Souza.
Conforme o secretário, após a situação e a repercussão do vídeo nas redes sociais, foi feita uma reunião entre autoridades do município e o integrantes da ocupação para que as pessoas no local pudessem ser cadastradas e fazer o cartão SUS, documento necessário para o atendimento em unidades públicas de saúde. “Foi feita uma reunião e ficou determinado que nós íamos pedir o título eleitoral, porque quem tem o título eleitoral automaticamente tem a moradia, pra podermos fazer o cadastro no SUS porque tem que ter documento”, explicou Souza.
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