A mulher chegou a aparecer na rua grávida e com a cabeça raspada.

“Sempre discreta e de poucas palavras.” Essa é a descrição que os vizinhos dão para a mulher de 37 anos, resgatada de um cárcere privado nesta quarta-feira (16), no Jardim Colibri, em Campo Grande. O autor, de 42 anos, foi preso em flagrante.
Ao Jornal Midiamax, os vizinhos relataram que, no local, além do casal, moravam cerca de seis filhos – sendo que uma delas, ao atingir a maioridade, saiu de casa por não aguentar conviver com o homem.
A vítima, na visão dos vizinhos, era uma mulher discreta, que parecia estar sempre “assustada”, além de ser de poucas palavras. “Parecia ser uma pessoa que estava sempre assustada e discreta, de poucas palavras”, relatou uma moradora.
Casa pouco frequentada
O casal morava na residência há cerca de 15 anos. Contudo, nesse período, familiares da mulher ou amigos não eram vistos frequentando o local. Segundo os vizinhos, as únicas pessoas que frequentavam a casa eram o pai e a mãe do suspeito.
“Conheço ela há 15 anos, mas foram poucas as vezes que a vi na rua, e quando via, ela estava sempre correndo”, disse uma das vizinhas. Ainda segundo ela, a vítima quase não era vista na rua: “Ela era vista raras vezes, não conversava quase com os vizinhos.”
Cabeça raspada
Uma vizinha relembrou que, há cerca de oito anos, a mulher chegou a aparecer na rua grávida e com a cabeça raspada.
Na ocasião, a vizinha ainda a questionou sobre o motivo de estar com a cabeça raspada. A resposta, porém, não veio da vítima, mas sim da filha pequena que a acompanhava.
“Ela ficou muda, e a filha, ainda criança, respondeu: ‘Meu papai fez isso. Ele bateu na mamãe e raspou a cabeça dela’”, relembrou a vizinha.
Cárcere e monitoramento por câmeras
A vítima era vigiada pelo marido por meio de câmeras de seguranças com áudio. Ele também a ameaçava de morte e seus familiares, caso fosse denunciado.
Equipes da Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher) apuraram que a mulher vivia sob vigilância constante, impedida de sair de casa, usar celular ou acessar redes sociais.
O caso chegou ao conhecimento das autoridades policias após algumas denúncias anônimas.
Na casa foi encontrado um revólver calibre 38 escondido no quarto, além de um sistema de monitoramento de câmeras instaladas dentro do imóvel.
Ao perceber a chegada dos policiais, o autor tentou fugir, mas foi capturado e encaminhado ao sistema prisional.
Ele responderá pelos crimes de cárcere privado, lesão corporal, violência psicológica, violência doméstica e posse ilegal de arma de fogo.
A delegada adjunta da Deam, Analu Ferraz Lacerda, destacou a gravidade da situação, alertando para o acontecimento de casos semelhantes.
“Episódios como este têm se tornado cada vez mais comuns, com vítimas vivendo sob extremo controle e ameaças constantes. Portanto, a denúncia é de extrema importância. Quem presenciar fatos como esse, pedimos que denuncie, para que a polícia possa agir”, reforçou.
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