Marçal não crava mudança, mas faz acenos ao PSDB.
Um ano e meio para as eleições municipais, os bastidores fervem com as articulações políticas. PSDB de Eduardo Riedel e PP de Tereza Cristina lutam pela prevalência em Mato Grosso do Sul. Enquanto isso, partidos ligados a Jair Bolsonaro e Lula correm por fora, para fortalecer o terreno em 2026.
Entre as negociações, o deputado Zé Teixeira colocou mais lenha na fogueira convidando o ex-federal Marçal Filho para o PSDB, de olho na prefeitura de Dourados. Marçal está hoje no PP, que lançará Alan Guedes à reeleição, e poderia acrescentar muito ao ninho tucano. Problema é que há mais dois pré-candidatos na sigla: Geraldo Resende e Lia Nogueira.
Ao TopMídiaNews, Marçal confirmou o convite, mas disse que avalia o cenário ainda. “Estou conversando com todos os partidos. Tenho boa relação com lideranças de diferentes siglas. Não tenho restrições. Meu desejo é que todos que querem o bem de Dourados estejam num mesmo projeto. Nossa cidade está precisando de uma verdadeira força-tarefa”.
Questionado sobre a relação com a senadora Tereza Cristina, que ganhou musculatura política durante a passagem pelo Ministério da Agricultura, Marçal não disfarça o afastamento, dando a entender que é negligenciado dentro do PP.
“Eu recebi uma ligação da Tereza Cristina, acho que umas 3, 4 semanas atrás, e ela disse que na semana seguinte me ligaria para marcar uma agenda. Eu falei que falaria com a secretária dela, mas ela insistiu que me ligaria diretamente. No entanto, não ligou, não deu nem satisfação. Então, não estou conseguindo falar com ela. Pelas notícias que a gente vê na imprensa, parece que ela está muito empenhada na reeleição do prefeito aqui de Dourados”, diz.
Marçal também destaca as falhas da atual administração. “Há uma revolta muito grande da população com o abandono da cidade nesses dois anos e meio. Nada foi feito, o prefeito só fez viagens internacionais para lugares turísticos como Barcelona, Dubai e Roma, e essas viagens não foram aproveitadas para nada, não produziram nenhum efeito aqui em Dourados”.
Conforme ele, as ruas chegaram ao ponto que trabalhos de manutenção já não resolvem mais. “Não há possibilidade de tapar os buracos, pois apenas o recapeamento resolve. Esse trabalho de recapeamento que existe aqui em Dourados foi feito pelo governo do Estado”, explica em mais um aceno ao PSDB.
O ex-deputado, também radialista, aponta a saúde como o ‘calcanhar de Aquiles’ do prefeito Alan Guedes. Na avaliação de Marçal, as coisas começaram a acontecer agora apenas por conta da proximidade das eleições.
“Nesses dois anos e meio de administração, os postos de saúde não foram abastecidos com materiais para os dentistas trabalharem. Ontem, ou antes de ontem, a prefeitura anunciou que tinham chegado os materiais e começaram a fazer alguma coisa aqui. Quer dizer, faltando um ano e meio para a eleição, começam a fazer alguma coisa. Isso chega a ser cruel porque as pessoas sofreram todo esse tempo sem nada sendo feito pela prefeitura. E agora, porque está chegando perto da eleição, começam a se mexer? É um absurdo”, complementa.
Marçal enumera problemas desde a falta de profissionais especialistas a detalhes mais básicos, como provisão de papel higiênico e manutenção de aparelhos de exames, ares-condicionados, entre outro. Segundo ele, “falta atitude” de Alan Guedes para correr atrás e melhorar a situação, mesmo que seja impossível resolver todos os problemas da cidade.
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